Essa história se iniciou em 1991, quando comecei a trabalhar no Instituto de Cegos Padre Chico, por acaso. Foi aí que entrei em contato com esse universo especial e conheci, primeiramente, Irmã Madalena e Irmã Apoline.
Nunca pensei em trabalhar com cegos, mas foi o melhor presente que a vida me deu.
Com os alunos cantamos, tocamos e aprendemos muito com a música. Com eles continuo aprendendo todos os dias.
Com o tempo, essa se tornou minha opção e fui percebendo a necessidade de uma estruturação maior nessa Educação Musical Especial, a leitura e escrita de uma partitura e uma maior acesso a ela.
Estudando o tema, pesquisando e me envolvendo cada vez mais, fui convidada para trabalhar na Imprensa Braille da Fundação Dorina Nowill para Cegos, onde conheci pessoas muito especiais: Zoilo Lara de Toledo, com quem trabalhei, Regina Fátima Caldeira, a Regininha, expert em braille, Alfredo Weiszflog e a própria Dorina Nowill, que dispensa comentários. Foi uma grande experiência.
Logo depois, mais um convite, da grande Irmã Madalena, então diretora do Instituto Padre Chico, para dar um curso de Musicografia Braille e assim reabrir o curso livre de Música do Instituto.
Minha alegria foi grande mas os desafios só começaram e acho que muitos se perduram até hoje.
Quais são? A produção da partitura musical braille mais rápida e acessível e a divulgação da Musicografia Braille entre os deficientes visuais e profissionais da Educação e músicos. Ensinar, produzir material e sensibilizar as pessoas para as questões da Educação Musical Especial.
Outra meta: elevar a Musicografia Braille como recurso fundamental da Educação Musical, um caminho para a inclusão e autonomia.
Como Educadora Musical trabalhei no Projeto Talentos Especiais, da Secretaria de Estado da Cultura e na LARAMARA (Associação Brasileira de Assitência ao Deficiente Visual).
Meu trabalho continuou e em 2006 fui convidada pelo grande Carlos Galvão, falecido em 2009, para dar o curso de Musicografia Braille no Curso Internacional de Verão da Escola de Música de Brasília.
Uma feliz experiência que abriu portas e possibilidades. Mais uma vez, o acaso que se fez escolha e eu prossegui. Ainda em 2009, outro convite, desse vez feito pelo Maestro Roberto Bueno, da Ordem dos Músicos do Brasil, onde atendo meus ex alunos e outros que conheci.
Pelo que percebi, a vida é uma sucessão de convites!!! E depois vieram outros... mas isso fica pra outro dia!!!
Para quem quiser ler a entrevista que saiu publicada na Revista Tribuna do Músico, este é o link:
Tem até um vídeo super legal que eles fizeram! Acessem!
O link está aqui também:
Até a próxima! IB